quarta-feira, 27 de março de 2024

Jesuítas de chocolate

A doçaria portuguesa, principalmente a conventual, é vasta e indiscutivelmente preciosa, quer visualmente, quer pelo sabor. Muitas vezes a aparência complexa leva a acreditar que a sua preparação é trabalhosa, o que nem sempre é verdade. Os jesuítas são um belo exemplo disso. As suas camadas, formato e cobertura crocante, levam-nos a pensar, "Como eles ficam assim?"...mas revelam-se muito simples de confeccionar. 

Embora os tradicionais, com gemas e açúcar sejam deliciosos, decidi fazer uma versão para os apreciadores de "tudo" com chocolate. E porque não, estes triângulos estaladiços desfilarem na mesa de doces desta Páscoa? Certamente surpreenderiam os presentes...😍



                                                           receita em vídeo 👇


INGREDIENTES [6 a 8 jesuítas]

1 | placa massa folhada retangular 

120 gramas | chocolate 70%

120 ml | leite

1 colher sopa | mel (15 ml)

1| clara ovo M (+/- 35 gramas)

15 ml | sumo de limão (espremido na hora)

200 gramas | açúcar em pó

1 colher sobremesa rasa | cacau em pó


PREPARAÇÃO

1 - Numa taça coloque o chocolate (utilize um que aprecie consumir em natura, já que os sucedâneos de chocolate são maioritariamente compostos por gorduras vegetais hidrogenadas), o leite e o mel. 

2 - Derreta em banho-maria. Vá mexendo delicadamente até ficar um creme sedoso.

3 - Retire do lume e deixe arrefecer totalmente, para ficar cremoso e a temperatura não afetar a massa folhada, que deve estar fria.

4 - Abra a massa folhada, na horizontal.

5 - Dobre-a a meio, abrindo novamente, para ajudar a encontrar o centro.

6 - Espalhe a ganache de chocolate de um dos lados.

7 - Cubra com a parte da massa sem recheio. Calque e pressione ligeiramente toda a massa folhada, para que fique bem selada (sem deixar que o chocolate extravase). 

8 - Junte o cacau ao açúcar em pó e misture bem.

9 - Acrescente a clara e o sumo de limão.

10 - Bata até ficar um creme espesso e com relevo (não pode ficar líquido). Pode bater com uma colher, fouet ou batedeira elétrica.

11 - Espalhe este glacé pela superfície da massa, alisando bem com uma espátula. Deve ficar uma camada fina, ainda assim que cubra bem toda a massa.

12 - Corte uma pequena parte da massa na diagonal, para ajudar a dar o formato de triângulos aos restantes. 

13 - Corte a massa em triângulos, deixando uns 3 cm no lado mais fino do triângulo, para criar a forma tradicional do jesuíta. Não precisa ficar perfeito! :) Molhe a faca em água e limpe-a entre cada corte.

14 - Coloque os jesuítas num tabuleiro com papel vegetal.

15 - Deixe repousar 30 minutos, para o glacé secar e ganhar uma ligeira crosta.

16 - Leve ao forno pré-aquecido a 190ºc , 20 minutos, ou até a massa folhar e dourar e o glacé endurecer e escurecer.

17 - Retire do forno e deixe arrefecer um pouco antes de servir.


Bom Apetite!



quinta-feira, 21 de março de 2024

Focaccia de alecrim, cebola roxa e parmesão (sem amassar)

Esta é já a terceira vez em poucas semanas que faço esta focaccia. Sempre com a mesma combinação de toppings. Simplesmente, é impossível parar de comer! E quando temos quem come, arregalar os olhos depois de a provar, sabemos que é bom augúrio…😀
Pão nunca foi o meu ponto forte. Panificação é fascinante e diria mesmo que é uma arte que necessita de muito estudo e muita prática. São inúmeras as condicionantes que afetam o resultado do produto final, e quando algo corre bem e a magia acontece...deixa-nos de sorriso de orelha a orelha. Foi o que me aconteceu com a receita desta focaccia. Finalmente, cheguei à fusão "perfeita" de crocância com maciez…
Os toppings, são totalmente opcionais e a gosto…não há limites para as suas combinações...mas caramba...se estes não ficam deliciosos! 😍






                                      receita em vídeo 👇


Massa com hidratação 95%

INGREDIENTES

500 gramas | água morna (cerca de 36ºc)

5 gramas | fermento biológico seco

5 gramas | açúcar branco

525 gramas | farinha de trigo T65

4 gramas | sal fino

q.b. | azeite extra virgem

Para o topping

q.b. | lascas de queijo parmesão 

1 | cebola roxa pequena em meia-lua 

q.b. | alecrim fresco

q.b. | pimenta preta


PREPARAÇÃO


1 - Junte o fermento e o açúcar (*) à água morna (**) . Misture com um fouet

2 - Deixe repousar 10 minutos para ativar a levedura. 

3 - Numa taça grande coloque a farinha e o sal. Misture bem.

4 - Abra uma ligeira cavidade no centro da farinha e adicione o preparado do fermento. Misture bem com uma colher de pau, ou utilize as mãos para "sentir a massa" (é uma massa muito pegajosa).

5 - Cubra com um pano e deixe descansar 20 minutos, para o glúten começar a relaxar e expandir.

6 - Molhe ligeiramente as mãos com água e agarre a massa no rebordo, indo até ao fundo da taça, estique-a para cima e dobre para o centro. Faça este procedimento de dobragem à volta de toda a massa, rodando a taça para facilitar (umas 5 dobras).

7 - Tape novamente a taça e deixe repousar 10 minutos.

8 - Repita o mesmo procedimento de dobragem anterior.

9 - Regue toda a superfície da massa com um pouco de azeite, massajando com as mãos para que esta fique bem untada.

10 - Cubra a taça com película aderente, estancando-a bem, evitando assim que entre ar. 

11 - Coloque a massa no frigorífico por exatas 24 horas (1 dia). Nesta primeira levedação, o glúten vai expandir, chegando mesmo a triplicar de volume, permitindo também ganhar mais sabor. 

Passadas as 24 horas, é desejável que a massa tenha subido e criado bolhas. Resultado de uma correta ativação do fermento, levando à conversão dos açúcares presentes na massa em dióxido de carbono. 

12 - Forre o fundo de uma forma rectangular com 30×24 com papel vegetal. Se a forma que utilizarem for antiaderente, não usem papel vegetal, para a focaccia ficar ainda mais crocante. Pincele toda a forma com azeite.

13 - Deite a massa na forma e espalhe-a uniformemente.

14 - Cubra com um pano e deixe-a levedar num local quente (***) por 2 horas. 

15 - Unte os dedos das mãos com azeite e empurre, pressionando toda massa com a ponta dos dedos, para formar as tão tradicionais "covinhas" da focaccia.

16 - Espalhe por toda a massa o queijo parmesão, a cebola roxa, o alecrim e a pimenta preta. Pincele, generosamente, com azeite.

17 - Leve ao forno pré-aquecido a 200ºc, cerca de 30 minutos, ou até dourar. 

18 - Deixe arrefecer um pouco antes de servir, mas como todo o pão, é incrível ainda morno! :)


(*) Utilizar açúcar em conjunto com o fermento, vai fazer com os fungos se alimentem da glicose, o que favorece o seu crescimento e multiplicação.

(**) É extremamente importante a temperatura da água. Se esta estiver fria, ou um morno muito leve, a levedura não vai "reagir", sendo que os microrganismos não vão "acordar". Se estiver demasiado quente, simplesmente morrem. Se não tiver termómetro para verificar a temperatura da água, faça um teste, colocando um pouco de água no pulso, e se estiver mais quente do que a temperatura corporal, ainda assim suportável, estará na temperatura certa. 

(***) Dicas: coloque dentro do forno desligado ao lado de uma taça com água a ferver. Dentro do microondas desligado. Num local com um aquecedor ligado, tendo em atenção para não colocar o aquecedor perto da forma, para não secar a massa. 


Bom Apetite!


                                       receita em vídeo 👇




quinta-feira, 14 de março de 2024

Sopa de grão de bico com agrião

Embora a primavera esteja quase a bater à porta, os dias frescos prevalecem...e nada melhor de que uma sopa reconfortante no final do dia, para aconchegar o estômago. E esta combinação de ingredientes, grão de bico com agrião, é perfeita. Sem dúvida está no meu top das minhas favoritas. 😍

Em criança, no caminho diário para a escola, passava por um pequeno riacho onde existia uma grande quantidade de agrião, mas nem sonhava que seria uma planta comestível tão boa, não só de sabor, mas também como vegetal com inúmeros benefícios para a saúde. A oportunidade que perdi por não arrancar alguns pés de agrião e levar para casa. 😀

Curioso perceber que viver local rural, não implica a valorização do que nasce da terra naturalmente. Assim como acontece com o agrião, acontece com as acelgas, as amoras (o que eu agradeço, assim sobra mais para mim😁)…

Graça à parte, a questão do desperdício e a não correta utilização de recursos naturais (e não só) é um assunto delicado e tanto haveria a dizer, principalmente sobre a nossa negligência…no fim de contas, gostaria apenas que todas as pessoas tivessem acesso a uma tigela de sopa destas, nem que fosse apenas uma por dia…e que as quase 750 milhões de pessoas que passam fome diariamente nutrissem o corpo e a alma.

Quando preparem e consumirem as vossas refeições, façam-no com intenção...porque tal como o nome do blogue, vai mesmo...da panela para o coração! 

 receita em vídeo 👇



INGREDIENTES

400 gramas | grão de bico cozido

1 | batata pequena (cortada em cubos)

1 | cebola grande (picada grosseiramente)

2 | dentes de alho

1 colher sopa | coentros frescos

80 gramas | agrião

100 gramas | grão de bico

q.b. | sal e pimenta preta

q.b. | azeite virgem extra


PREPARAÇÃO

Numa panela, coloque o grão, a batata, a cebola, o alho e os coentros. 

Cubra com água ou caldo de legumes (cerca de 800 ml).

Coza até ficar tenro (aproximadamente 20 minutos).

Triture com a varinha mágica até ficar cremoso (se preferir, utilize um liquidificador para ficar um creme mais macio). 

Leve novamente ao lume e condimente com sal e pimenta preta a gosto. Se necessário e de acordo a preferência, acrescente mais água para ajustar a textura da sopa.

Deixe ferver e acrescente o agrião e o grão de bico. Coza mais uns 5 minutos.

Retire do lume e regue com um fio generoso de azeite.

Está pronto a ser servido! 



Bom Apetite!



sexta-feira, 8 de março de 2024

Pão de ló (fofo e muito saboroso!)

Pão de ló deve ser das receitas mais consensuais...a sua simplicidade de ingredientes, transforma-o num dos doces mais apreciados no nosso país. Existem mil e uma versões, todas verdadeiramente saborosas…não consigo recusar uma fatia bem fofa, daquelas que desfazem na boca...como é preciosa a doçaria Portuguesa!

Pão de ló

Pão de ló

                                           receita em vídeo 👇


INGREDIENTES

8 | gemas M

2 | ovos inteiros M

110 gramas | açúcar branco

45 gramas | farinha de trigo T55 sem fermento

5 ml | vinho do porto

5 ml | sumo de limão (espremido na hora)


PREPARAÇÃO

Numa taça alta, coloque as gemas, os ovos, o vinho do Porto, o sumo de limão e o açúcar.

Bata até obter uma massa volumosa, leve e cremosa (bata uns 10/15 minutos).

Peneire a farinha e envolva-a delicadamente no batido dos ovos e açúcar.

Verta a massa numa forma redonda com 24 cm de diâmetro e forrada com papel vegetal. 

Leve ao forno pré-aquecido a 180ºc, cerca de 20 minutos. É desejável que a massa fique ainda mole no centro, vá verificando.

Retire do forno e deixe arrefecer e descansar umas 3 horas antes de servir.



Bom Apetite!

sexta-feira, 1 de março de 2024

Peixinhos da horta | Petisco português

Não será difícil adivinhar porquê da designação "Peixinhos da horta" a este petisco. A semelhança com uma sardinha ou carapau fritos, é mera coincidência. 😉 

Estes foram capturados em terra firme 😁, ainda assim, são famosos, encontrando-se entre as receitas portuguesas mais tradicionais. Aqui no norte do país, não é tão recorrente a confecção e consumo deste prato, sendo mais comum a sul, na zona da estremadura.  

Uma receita composta por  poucos e singelos ingredientes, mas carregada de história. Tal como grande parte das receitas portuguesas. O fazer do pouco muito…transformando o ordinário em extraordinário!

Os "Peixinhos da horta", terão surgido numa primeira versão, ainda na época dos Descobrimentos, como forma de conservação e aproveitamento dos legumes. Quão fascinante é imaginar os tripulantes das embarcações a "magicar" o que poderiam preparar com um simples vegetal. A criatividade e capacidade de improvisar torna-se  (quase) inato no ser humano, quando isso significa a sua sobrevivência. 

Nesta receita, o feijão-verde é simplesmente envolto num polme e mergulhado em óleo quente...o resultado? Um petisco estaladiço, de sabor simples, mas inesquecível e viciante! 

Não é estranho observarmos na culinária asiática, pratos semelhantes, como a tempura, que é precisamente uma derivação da receita deixada pelos portugueses em território japonês, no século XVI. 

Revela-se uma excelente opção vegetariana, podendo ser utilizados outros vegetais (courgette, espargos…) além do feijão-verde. É também uma sugestão bastante económica , o que nos dias de hoje torna-se imperativo. Considerando, que deve ser um prato a consumir com moderação, já que é frito. 

Sem falsas modéstias, esta versão da receita que partilho é um verdadeiro manjar. 😋 Preparem para a vossa família e amigos esta pequena maravilha da culinária portuguesa.

                                          receita em vídeo 👇


Peixinhos da horta

Peixinhos da horta

Peixinhos da horta


INGREDIENTES

150 gramas | feijão-verde

75 gramas | farinha de trigo T55 com fermento

1 | ovo L

50 ml | cerveja

1 colher sopa | salsa fresca picadinha

q.b. | sal e pimenta preta

q.b. | óleo vegetal


PREPARAÇÃO

Lave o feijão-verde.

Corte as extremidades. 

Retire o fio do feijão-verde, com um descascador ou uma faca.

Se a vagem for muito longa, corte-a a meio. Se preferir, corte-a na vertical, para ficar mais fino (eu prefiro). 

Certifique-se que ficam todas com o mesmo tamanho, para fritarem uniformemente.

Coloque o feijão-verde num tacho com água a ferver, temperada com um pouco de sal. Coza durante (exatos) 3 minutos.

Escorra o feijão-verde e coloque-o numa taça com água fria e gelo, para parar a cozedura e torná-los mais firmes e vivazes (este processo designa-se por branqueamento*). 

Retire as vagens da taça, escorra e seque-as bem, podendo utilizar papel de cozinha para ajudar a absorver a água.


Coloque a farinha numa taça e junte sal e pimenta preta a gosto. Misture. 

Faça uma ligeira cova no centro da farinha e coloque o ovo e a cerveja. 

Envolva bem com um fouet, até ficar um polme homogéneo.

Acrescente a salsa picada e misture.  


Leve ao lume uma frigideira com óleo abundante e deixe aquecer.

Mergulhe cada tira de feijão-verde no polme, escorra ligeiramente e coloque na frigideira com o óleo bem quente, deixando fritar até ficar douradinho. 

Não lote a frigideira, para a temperatura do óleo não baixar e afetar a textura dos "peixinhos". 

Retire-os da frigideira com uma escumadeira e coloque numa travessa com papel vegetal para absorver a gordura em excesso.

Sirva os peixinhos da horta, de preferência, ainda quentes. Como entrada, acompanhamento, com arroz de tomate, açorda de tomate…  

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Arroz de Tomate

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Açorda de Tomate



Bom Apetite!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Bolonhesa vegetariana de soja e cogumelos

Uma sugestão totalmente vegetariana, mas uma verdadeira delícia! Vão conseguir conquistar (e enganar😋)  até os mais exigentes e carnívoros paladares...😁

Bolonhesa de soja e cogumelos

Bolonhesa de soja e cogumelos

                                          receita em vídeo 👇

INGREDIENTES

150 gramas de granulado de soja

150 gramas de cogumelos frescos (picados em pedaços pequenos)

1 cebola pequena picada em cubinhos (75 gramas)

1 dente de alho grande laminado

1/3 talo de aipo em cubinhos (brunoise) (35 gramas)

1/4 cenoura em cubinhos (brunoise) (60 gramas)

1 tomate grande bem maduro (pelado e amassado com as mãos) (250 gramas)

2 colheres (sopa) de polpa de tomate

120 ml de vinho tinto (um vinho de qualidade, que apreciem beber)

1 colher (sopa) de molho de soja (15 ml)

1 colher (chá) de pimentão doce

q.b. sal e pimenta preta

q.b. malagueta seca 

2 colheres (sopa) de salsa e manjericão frescos picados

q.b. azeite

q.b. açúcar (se necessário)


PREPARAÇÃO

Hidratação da soja:

Coloque o granulado de soja numa taça. Junte 2 vezes a medida da soja em água a ferver. Esprema o sumo de 1 limão pequeno. Mexa e deixe repousar (hidratar) 30 minutos. Escorra a soja e descarte a água. Passe a soja por água. Escorra-a, para que fique bem seca. Reserve. 

Coloque um fio de azeite num tacho.

Adicione a soja, os cogumelos e o molho de soja. Refogue  uns minutos em lume médio/alto. Retire do tacho e reserve.   

No mesmo tacho, adicione mais um pouco de azeite, e junte a cebola, o alho, o aipo e a cenoura. Deixe refogar uns minutos em lume médio, até a cebola ficar translúcida (não deixe dourar).  

Junte novamente a soja, os cogumelos e a malagueta. Misture e deixe refogar mais uns segundos.

Condimente com o pimentão doce, e sal e pimenta preta a gosto.

Acrescente o vinho, misture e deixe cozinhar um minuto em lume baixo. 

Adicione a salsa e o manjericão, o tomate e a polpa de tomate. Envolva muito bem, amassando um pouco os pedaços do tomate. 

Junte água ou caldo de legumes (aproximadamente uns 250 ml, mas pode variar consoante o gosto) e deixe ferver. 

Reduza o lume e deixe cozinhar tapado, uns 30 minutos. Vá mexendo. 

Se necessário, acrescente mais água e ajuste os temperos. Adicione uma pitada de açúcar, se estiver ácido do tomate. 

Depois do tempo passado, retire do fogão, e está pronto a ser servido! Acompanhe com massa cozida, puré de batata, arroz…


Bom Apetite!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Tiramisù

O dia 14 de fevereiro está quase aí, e qual sobremesa mais adequada para o Dia dos Namorados, senão um belo Tiramisù? Do italiano Tirami su (tira-mi-su), significa "eleva-me"...por isso, mais do que perfeito para caracterizar as relações românticas. Elevar a pessoa que está ao nosso lado, a todos os níveis, deve ser um dos objetivos mais preciosos enquanto casal. 

Num sentido mais literal, o Tiramisu, considerando os seus ingredientes energéticos (café, açúcar, cacau…) é capaz sim, de nos dar energia e puxar para cima. 😀 E por curiosidade, uma das possíveis origens da sobremesa (há sempre controvérsias do que serão os factos verídicos na criação de uma receita…) está ligada aos bordéis de Treviso (na época do Renascimento), uma cidade a norte de Itália, perto de Veneza. Afirmam que seria dos pratos mais requisitados pelos clientes, por acreditarem ter propriedades afrodisíacas. Verdade ou não, faz sentido...😁 

Além das distintas versões referentes à origem da criação, surgem também as disputas do que será autêntico em termos de ingredientes (não só nesta receita em específico). Pessoalmente, acho uma tolice a preocupação e discussão excessiva sobre o assunto. Claro que deve existir um cuidado com a história, respeito pelos autores e tentar manter os ingredientes principais efetivamente na receita, senão deixa de poder ser assim denominada; mas há tão mais além…que bom que podemos inovar e modificar receitas. Acredito que sendo feito com amor, está perfeito. 😌   

Foi precisamente isso que senti quando há umas semanas estive num restaurante italiano. Pedi como sobremesa um tiramisù e fiquei surpresa quando não eram os tradicionais biscoitos savoiardi que intercalavam com o creme, mas sim uma base de bolo. Mas isso não alterou o facto de que foi o tiramisù mais saboroso que provei! 😍

E como boa indagadora, fui tentar perceber se era comum esta versão. E sim, no início da década de 50, Norma Pielli, dona do hotel Roma, em Tolmezzo (cidade italiana, da província de Udine), terá modificado a receita para uma versão mais modernizada (tal como a conhecemos…) e utilizava pão-de-ló embebido no café. 

Esta sugestão que vos trago não tem como base um bolo (mas sintam-se livres para o fazer!), mas não deixa de ser incrível, fresca, cremosa e doce na medida certa! 😁 E sejam pacientes (não sejam como eu!)...respeitem o tempo de refrigeração antes de servir! 😄

Preparam-na para a vossa cara metade. Com amor e intenção…💛 


                                           receita em vídeo 👇



NOTA: Esta não é uma sobremesa apta para crianças (para isso, omitam o álcool e utilizem descafeinado).


INGREDIENTES

3 ovos M [gemas + claras]

60 gramas de açúcar branco [40gr+20gr]

250 gramas de queijo mascarpone

400 ml de café forte frio [sem açúcar]

40 ml de licor ou vinho doce italianos [Frangelico, Marsala…] [podem substituir por rum ou licor beirão]

q.b. palitos de champanhe [savoiardi] [+/- 30]

q.b. cacau 100% em pó



PREPARAÇÃO
  1. Separe as gemas das claras.
  2. Adicione 40 gramas do açúcar às gemas. Bata com um foeut, ou batedeira de mão, até ficar um preparado esbranquiçado e cremoso.
  3. Leve este preparado das gemas a banho-maria*, mexendo sempre, aproximadamente 5 minutos. Mantenha um banho-maria suave, garantindo que o creme não ferve. 
  4. Retire o preparado do fogão e deixe arrefecer totalmente. Para acelerar o processo, pode colocar a taça do creme dentro de outro recipiente maior com água fria e gelo, e ir mexendo. Tenha em atenção para que nenhum líquido entre em contacto com as gemas.
  5. Mexa energicamente o mascarpone por uns segundos, para ficar mais cremoso e fácil de incorporar. Reserve.
  6. Adicione os restantes 20 gramas de açúcar às claras. Bata-as em castelo e reserve.
  7. Depois do creme das gemas arrefecer, incorpore o mascarpone. 
  8. Por fim, envolva delicadamente as claras ao preparado. Reserve no frio.
  9. Junte o licor ao café e misture.
  10. Embebeda os palitos de champanhe no café (mas não os deixe muito tempo) e cubra o fundo de um pirex de vidro com mais ou menos 29×18 cm de diâmetro.
  11. Espalhe, com a ajuda de uma espátula ou colher, metade do creme por cima dos biscoitos. 
  12. Polvilhe toda a superfície com cacau em pó. 
  13. Disponha nova camada de biscoitos embebidos no café e licor.
  14. Cubra-os com o restante creme.
  15. Termine, polvilhando com mais cacau em pó. 
  16. Leve a refrigerar, por um mínimo de 5 horas (ou de um dia para o outro).
  17. Está pronto a ser servido!

* não deixe que o fundo da taça encoste na água a ferver; o que vai cozinhar as gemas é o vapor da água.


Desfrutem!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Sempre a aprender...

Olá, boa noite pessoas bonitas!

O motivo da ausência de publicações mais regulares…

A aprender mais um pouco para conseguir partilhar mais e melhor! 😇 Ainda que a cozinha seja algo que vem de dentro e se sinta (quase de forma inata), principalmente quando é feito com amor...há técnicas e conhecimentos que só "in loco" se adquirem...e apesar de muitos erros...a prática leva à "perfeição"! 

Até breve! 💛




domingo, 7 de janeiro de 2024

Folhados de chèvre e pera com nozes, mel e alecrim

As festividades já lá vão...mas há sempre espaço para combinações culinárias deliciosas e, preparar uma entrada diferente não tem dia nem ocasião. Esta receita que vos trago fez parte da mesa de Ano Novo cá de casa...e que deleite foi…

O salgado e sabor intenso do queijo de cabra em fusão com o doce da pera e do mel, mais o ligeiro toque de alecrim, resulta num clássico perfeito. E porque os clássicos nunca falham, estas mini tartes são verdadeiramente saborosas. Arrisquem fazer aí em vossa casa! 😀😍 


Folhados de chèvre e pera com nozes, mel e alecrim

                                                          receita em vídeo 👇


INGREDIENTES [+/- 12 unidades]

180 gramas de queijo de cabra chèvre [partido em rodelas com espessura de 1 cm]

1 pera grande [descascada e cortada em cubinhos] [rija, mas doce] 

1 placa de massa folhada rectangular 

q.b. nozes [picadas em pedaços bem pequenos]

q.b. mel [usei de rosmaninho]

q.b. alecrim [picadinho]


PREPARAÇÃO

Esprema um pouco de sumo de limão sobre a pera. Junte mel, alecrim (não use demasiado para o sabor não se sobrepor) e nozes. Misture bem e reserve.

Estenda a massa folhada e corte-a em círculos de cerca de 8 centímetros de diâmetro (use um cortador de bolachas ou um copo). 

Pressione com os dedos o rebordo de cada círculo de massa, para a esticar ligeiramente. Não abra o meio do círculo, para ficar com espessura suficiente para aguentar o recheio.

Forre formas de pasteis de nata com a massa. 

Coloque um pouco do preparado reservado em cada forma, mas não encha demasiado.

Por cima de cada forma, disponha o queijo chèvre.

Leve ao forno pré-aquecido a 190ºC até dourar, cerca de 20 minutos. Mas vá verificando, para não deixar queimar.

Retire do forno e deixe arrefecer ligeiramente, mas não totalmente, para não correr o risco de a massa folhada colar às formas. 

Se necessário, passe uma faca ou outro utensílio em volta das formas para as desenformar.

Estão prontas a ser servidas! 

Folhados de chèvre e pera com nozes, mel e alecrim


Bom Apetite!


domingo, 29 de outubro de 2023

Queques de banana, lima e pistacho [sem glúten e lactose]

Estes queques de banana, lima e pistacho são uma excelente opção para lanches mais saudáveis, sendo aptos para quem segue uma alimentação sem glúten e sem lactose. Podem congelá-los e descongelar à medida das necessidades. Além de serem saborosos! 




                                        receita em vídeo 👇


INGREDIENTES [queques grandes]

2 | bananas maduras (250 gramas)
2 | ovos
150 gramas | farinha de aveia
1 | lima (raspa e sumo)
q.b. | pistachos picados
1 colher chá | fermento em pó

PREPARAÇÃO

Descasque as bananas e amasse-as bem com um garfo.
Parta os ovos para uma taça e bata-os bem com um fouet.
Raspa a lima e esprema o sumo. Misture.
Junte a banana amassada e misture novamente.
Acrescente a farinha de aveia e envolva bem.
Junte o fermento em pó e misture.
Verta a massa para formas de papel num tabuleiro de muffins.
Cubra com os pistachos picados. 
Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC entre 20 a 25 minutos.

Bom Apetite!